Apresentação

Apresento este trabalho, juntamente com a “Flor da Alma” – após extensas pesquisas relacionadas à cultura e às religiões Japonesas. Tendo eu, grande consideração por Mikao Usui como um grande Mestre ao qual á todos os que entramos na egrégora do Reiki, nos é apresentado como um homem culto, estudioso, profundamente persistente e sábio, resolvi que seria justo vasculhar o seu universo e a sua cultura de origem – o Japão. Tendo sido Mikao Usui (1858 – 1930), contemporâneo de grandes mestres Japoneses como Morihei Ueshiba, o fundador do Aikido (1883 – 1969), Tempu Nakamura (1876 – 1968) e outros, que como Mikao Usui influenciaram o seu tempo e deixaram um legado para a posteridade, eu só poderia honrá-lo, estudando a sua própria cultura.
Muitas histórias têm sido contadas sobre o Reiki, e não é a minha intenção apenas contar mais uma. Este trabalho sobre a linha dos “Expansores” do Reiki, foi criado com o coração e onde está o nosso coração, é onde está a essência verdadeira que nos foi legada por todos os Mestres de todos os tempos.

OS FUNDAMENTOS BUDISTAS DO REIKI

“O Buda via a si mesmo como um médico e mestre que apontava para o caminho da verdadeira cura, o caminho da iluminação.”

O MONTE KURAMA

O monte Kurama é uma montanha sagrada desde a noite dos tempos, desde bem antes da chegada do Budismo e bem antes da do Xintoísmo. As particularidades do lugar tinham sido reconhecidas desde os tempos mais remotos e ali já se desenvolviam rituais xamânicos.
É um lugar que tem uma energia muito forte devido às antigas e extensas florestas de cedro que criam um ambiente perfeito, devido ao forte telurismo, para meditação e para a busca de sí mesmo.
Conta-se no Japão que há mais de seis milhões de anos, Maô-Son, o espírito da Terra, o grande rei dos combatentes contra o mal, teria descido de Vênus para vir salvar a humanidade. Desde então, o espírito poderoso de Maô-Son provém do monte Kurama e dirige o desenvolvimento e a evolução não apenas da humanidade, mas de todas as formas de vida sobre a terra.
O venerável Rei (Son) dos demônios (Maô) a presença inicial, o Espírito do lugar é pois uma energia poderosa, uma força telúrica, uma força da natureza. Ela encarnou-se na árvore primordial, a primeira árvore que apareceu sobre a Terra e é nesta forma que ela é venerada. No monte Kurama o Kami mais sagrado é o Kami da árvore.
Ao percorrermos este sítio sagrado, encontraremos um santuário de madeira onde está a árvore sagrada, que ainda hoje está no centro das celebrações do monte Kurama.
Ela é decorada com uma corda ritual e descende em linha direta da primeira árvore primordial – cada vez que a árvore morria, replantava-se um dos ramos para fazê-la rebrotar. A árvore é um símbolo da vida, em perpétua evolução e em ascensão para o céu, ela simboliza o aspecto cíclico da evolução cósmica: morte e regeneração. Sobretudo as frondosas evocam um ciclo, pois se despojam e tornam a recobrir-se de folhas todos os anos. É universalmente considerada como símbolo das relações que se estabelecem entre a Terra e o Céu. Por isso, tem o sentido de centro, o centro do mundo. Ela reúne todos os elementos: a água circula com sua seiva, a terra integra-se a seu corpo através das raízes, o ar lhe nutre as folhas, e dela brota o fogo quando se esfregam seus galhos um contra o outro. A árvore sagrada do monte Kurama representa a energia primordial, a fecundidade e a genealogia da Árvore da Vida.
O cedro é um símbolo da grandeza, da nobreza, da força, da perenidade e da incorruptibilidade, pois ele jamais apodrece, sendo um símbolo da imortalidade.
No Japão, quase todas as montanhas têm sua própria divindade cultuada pela população local.
Sengen-Sama é Deusa do imponente monte Fuji, é cultuada por todo o país e é retratada vestida com roupas antigas e ricas. Segura uma jóia mágica em sua mão direita e um ramo da sagrada árvore Sakaki na esquerda.

O TEMPLO KURAMA

A história do Budismo no Japão teve início no séc. VI. A introdução do Budismo no Japão verificou-se pela primeira vez, em 538, quando o rei de Pochi (ou Kudara, Coréia) enviou um embaixador para apresentar uma imagem Budista e um rolo de Sutras à corte do imperador Kinmei.
A história religiosa Budista do Japão tem, portanto, mais de mil e quatrocentos anos. Naquela época, enquanto a civilização ocidental estava mergulhada em profunda escuridão, a oriental desenvolvia um movimento surpreendentemente ativo.
Na China, no Tibet, na Ásia Central, na Índia e nos países dos mares do sul, atividades nos campos intelectual, religioso, arquitetônico e cultural desenvolviam-se vigorosamente. O Budismo banhava o mundo oriental pacificamente com sua vasta corrente de humanismo e os templos Budistas da época tornaram-se centros de brilhante cultura.
O monge Gantei, discípulo de Ganjin (fundador do templo Toshodaiji, em Nara) no ano de 770, foi levado por um cavalo branco até o cume do monte Kurama, para o lugar sagrado, onde ele atingiu a iluminação realizando a essência de Bishamon-Ten, fundando ali um templo Budista, o templo Kurama sobre o monte que foi o local de sua realização.
Bishamon-Ten (Vaishravana em sânscrito) é o guardião e protetor do paraíso Budista do norte. Tem como símbolo uma jóia mas também uma casa e uma serpente e uma lança. Comanda um exército de Yaksas, os espíritos selvagens da natureza ou elementais.
Os chefes de estado o invocam para que ele proteja suas cidades; é uma energia guerreira defensiva. E como ele defende cidades, casas e posses, Bishamon-Ten é também considerado como o Deus da riqueza e invocado quando se quer atrair a boa sorte para si. É associado à energia solar, yang. Mas Bishamon-Ten, é também venerado como Deus da cura, pois um mestre pode utilizar as poderosas energias que ele desenvolveu e aprendeu com uma finalidade defensiva ou para combater, mas também utilizá-las para curar (princípios das artes marciais e do gigong). Bishamon-Ten é Rei e General, sendo chefe de todos os outros Generais de todas as outras direções ou ponto cardeais, (os Reinos Budistas), tem os meios e a autoridade necessários para decidir sobre a maneira como vai investir suas energias e dispõe da sabedoria indispensável para utilizá-las com conhecimento de causa. Pode insuflar sua poderosa energia aos seres que o invocam e curá-los. O bija, sílaba vogal utilizada como mantra nas invocações de Bishamon-Ten é Bai, o mesmo que o do Bhaishajya-guru (Yakushi em japonês), o Mestre da Medicina, o Buda da Medicina.
Bishamon-Ten é a divindade principal do Kuramayama e, conseqüentemente relacionado com a divindade central da Mandala do Budismo Esotérico Japonês que é Dainichi Nyorai (Mahavairocana Tathagata no Tibet), o grande Buda do Sol. Dainichi Nyorai é, o grande dia que acaba de chegar, Dainichi em japonês significa Grande Sol. Porém, neste contexto, não se quer designar o astro solar e sim utilizá-lo como símbolo para designar a Luz Universal, a energia da Vida Universal, a Luz do Mundo.
Os escritos mais importantes e sagrados do Budismo esotérico no Japão são o Dainichi-Kyo (Mahavairocana sutra) e o Kongocho Gyo (Vajrasekhara sutra).

MANTRA DE DAINICHI NYORAI

Visualize:

O universo inteiro é constituído de seis elementos.
Meu corpo, que é feito de seis elementos, é o corpo do Dainichi Nyorai.
Estou repleto de vida plena, perfeita e ilimitada.
As cinco sabedorias estão encarnadas em imensa e infinita compaixão.
A imensa compaixão de Nyorai me permeia.
Estou incluído na imensa compaixão de Nyorai.
Sou bem-aventurado, sou bem-aventurado.

O Budismo Esotérico Tântrico (Mahayana) chegou no Japão com o monge japonês Kukai (Kobo Daishi, 774-835) e com Saicho (Dengyo Daishi, 767-822), que haviam estudado na China. Kukai foi aluno de Huikuo (japonês: Keika, 746, 805), discípulo do monge indiano Amoghavajra, que por sua vez foi aluno do famoso instrutor indiano Vajrabodhi.
Os dois indianos viveram no templo Hahsingshan, em Ch’angan, centro atual da associação Budista Shensi na China. Depois da morte do seu professor, Kukai voltou ao Japão e ensinou o que havia aprendido na China. Ele se tornou o fundador do Budismo Shingon, que é um sistema de Budismo Tântrico que utiliza mantras, meditação e mudras.
O Shingon é Esotérico no sentido de que seus ensinamentos e práticas mais internos só devem ser transmitidos de Mestre para Discípulo. Saicho estudou no monte Tien-tai, na China. Ao voltar, fundou o Budismo Tendai, com sede em Quioto, o Budismo Tendai faz uso da meditação de estilo Vipassana e tem Amida Norai (Amitabha Tathagata) como deidade principal. No Japão, essas duas escolas são em geral conhecidas pelo nome Mikkyo.
Até 1949, o Templo Kurama estava ligado ao Budismo Tendai, após essa data, ele se transformou na sede da Setta Kumara-Kokyo.
O Templo Kurama foi fundado como o guardião do lado norte da capital (Heiankyo) e localiza-se a meio caminho do topo da montanha. Os edifícios originais do Templo Kurama foram destruídos repetidamente pelo fogo. O corredor principal foi reconstruído pela última vez em 1971.
Desde a época de sua aceitação, o Budismo japonês foi, de modo geral, o Budismo Mahayana influenciado pelo Budismo chinês. Especialmente depois dos grandes mestres nos séculos XII e XIII como Honen (1133-1212), Shinran (1173-1262), Dogen (1200-1253), Nichiren (1222-1282), a Doutrina Mahayana formou a principal corrente do Budismo no Japão. Na história do Budismo japonês, o estudo do Budismo original começou aproximadamente depois da era Meiji (após 1945), enfatizando a figura do Buda Gautama ou Shakyamuni.
Por volta de 796, o engenheiro responsável pela construção do templo do monte Kurama, teve uma visão de Senju-Kannon e fez construir pagodes em sua honra. Senju-Kannon é o Bodhisattva da compaixão (Chenrezi ou Avaloktesvara em sânscrito, kwan Yin em chinês), cujos mil braços compassivos vão constantemente aquecer os corações e cuidar daqueles que sofrem, nenhum ser, nenhum ato fica fora do alcance de sua compaixão.
Kannon, a Mãe Divina, é associada à lua, ao Buda do oeste chamado Amida (Amithaba em sânscrito). A-mita significa “incomensuravel” ; abha, “esplendor” – o Buda do Incomensurável Esplendor - o Buda da Infinita Luz e Infinita Vida. Dizem que os sofrimentos suportados pelos seres condenados aos infernos tocaram Kannon tão profundamente que sua cabeça explodiu em onze pedaços que, felizmente, foram reunidos por seu pai espiritual, o Buda Amithaba.
Avaloktesvara é representado numa estatua de onze cabeças, coroado pela cabeça do Buda Amithaba. Amithaba significa luz infinita da compaixão. Seu bija é Hrih, que é a freqüência para a atividade da compaixão no coração.
Contrariamente ao Arhat (santo) que alcança a salvação graças à uma ascese pessoal, sem se preocupar com os outros, o Bodhisattva que venceu o ego dedica sua realização ao bem de seus semelhantes, e prestes a identificar-se com o nirvana, sua grande sabedoria e infinita compaixão o induzem a não renunciar em absoluto ao mundo enquanto os outros seres também não atingirem a iluminação.
No caminho do despertar, o bodhisattva é para o budista uma imagem guia, energia e essência dotada de um determinado número de qualidades que ele deseja desenvolver e realizar em si mesmo, até tornar-se também um Bodhisattva que poderá, por sua vez, guiar outros humanos sobre o caminho. É um Buda em seu aspecto ativo no mundo.
O símbolo Sei he ki encontra-se desenhado na base da estatua do Amida Buda, no Templo Budista do monte Kurama, tendo origem sânscrita e seu mantra tem por origem o bija Hrih.
Com Maô-Son, Bishamon-Ten e Senju-Kannon estamos em presença de uma trindade, a tríade que rege o monte Kurama, três pólos de energia fundamentais, Forca – Luz – Amor, que são emanações da alma suprema do universo, da fonte universal de vida.
Juntas, constituem em seu nível um equilíbrio que reflete essa fonte e que constitui uma etapa intermediaria entre o Espírito e sua criação, Terra, Sol, Lua, corpo físico, mental, emocional.
As comunidades espirituais do Kuramayana batizaram esta tríade de Sonten, a Alma Viva, a Alma Suprema do Universo, a Luz Gloriosa.
Sonten é o criador do universo; é ele quem permite o desenvolvimento de nossa mente individual e incentiva o Grande Si, Atman, a despertar em nossos corações.
As deidades do Kurama têm as seguintes associações e são parte da Mandala de Acala:

ENTIDADE SIMBOLO DEIDADE KURAMA NOME HINDU BIJA

SOL LUZ BISHAMON_TEN VAISRAVANA BAI
LUA AMOR KANNON YAMANTAKA HRIH
TERRA PODER MÂO-SON VAJRAYAKSA HUM

Assim, temos a Prece de Felicidade enderecada ao Sonten do Kuramayama:

Oh Sonten
Bela como a lua
Quente como o sol
Poderosa como a terra,
espalha tuas bênçãos sobre nós, a fim de que a humanidade
possa elevar-se e possamos aumentar nossas riquezas e nossa glória.
Neste lugar Sagrado, assegure que a paz possa derrotar a discórdia,
o desinteresse possa conquistar a cobiça, palavras sinceras possam superar a decepção
e que o respeito possa sobrepujar os insultos.
Enche nossos corações de alegria, eleva nossas mentes e enche nossos corpos de luz.
Sonten, Grande Senhor do Universo, Grande Luz, Grande Instigador,
concede a nós que estamos aqui reunidos para celebrar-te,
aos que têm sede de tocar teu coração, uma nova forca e uma luz gloriosa.
Voltamo-nos ao Sonten para todas as coisas.

Assim, chegamos com a invocação do Sonten ao símbolo Daí Koo Mio, do qual emanam todos os outros símbolos, bijas e deidades, ele é A grande Luz, a que se refere a oração do Sonten, “A Casa da Grande Luz Radiante”.

Nossos agradecimentos ao Mestre que nos sinalizou trazendo até nós:

Colaboradora e Orientadora SIMONE GOMES

- Máster Reiki, no sistema Usui Shiki Ryoho
- Formação nos níveis I e II de Sekhem – Seichim Reiki
- Formação em Cinesiologia Aplicada
- Formação em Reflexologia Podal
- Atendo e ministro cursos de Reiki e de Fisiologia Energética (os Chakras)
na SAT - Sistema Avançado de Terapias – que também conta com o terapêuta ANTÔNIO GOMES, atendendo com acupuntura, acupuntura estética, aurículoacupuntura, quiropraxia e tui-ná.

Com ampla experiência na Sublime Medicina, nos colocamos a disposição daqueles que têm o privilegio de conviver na senda iniciática no trabalho da cura.

Endereço: Rua Professor Morais, 714 – Sl 1301 - Savassi
Tel: (31) 98717-9427 - 3468-3275